quarta-feira, 14 de novembro de 2007

crime contra a natureza



CRIMINOSO?


Fogo atinge área de preservação
Rocélia Santosda Redação
Novo incêndio ameaça a Floresta Nacional do Araripe. Desta vez, o fogo iniciou-se no centro da reserva. Oito focos de incêndio, em diferentes pontos da floresta, foram registrados no local, o que levanta a suspeita de ação criminosa


13/11/2007 00:36
Mais um incêndio devasta a região da Chapada do Araripe. Desta vez, o fogo atingiu a Floresta Nacional do Araripe (Flona), área de preservação ambiental. Bombeiros trabalham no local, desde o último domingo, no intuito de controlar o fogo que já consumiu mais de 50 hectares de mata nativa. Suspeita-se que seja um incêndio criminoso, provocado por fazendeiros da região. Segundo o gerente e instrutor do Prevfogo no Cariri, Vicente Alves Moreira, a queimada começou por volta das 13 horas de domingo, na região entre os municípios de Barbalha e Jardim. Eram oito focos de incêndio, um próximo ao outro. "O fogo, desta vez, é no platô da serra, no centro da floresta. Com certeza, pelas características do incêndio, trata-se de uma ação criminosa, intencional. Suspeitamos que várias pessoas atearam fogo em vários locais ao mesmo tempo. Da torre, percebemos uma linha de fogo, de oito a 10 quilômetros em vários pontos", relatou. Desde domingo, mais de 50 pessoas, entre brigadistas, bombeiros e voluntários, tentam apagar o fogo. Conforme Vicente, as suspeitas recaem sobre os produtores de gado da região, pois, segundo ele, nesta época do ano é comum fazer queimada para preparar a terra. "Com a escassez de pastagem, eles colocam o gado na unidade, o que é proibido por lei. Como o capim agreste fica sem nutrientes nesta época do ano, não sendo aproveitado pelo gado, eles tocam fogo para que o capim rebrote. Mas isso é uma das hipóteses. Só podemos comprovar após a perícia", afirmou Moreira. Vicente explicou que a alta temperatura e a baixa umidade na região contribuem para que o fogo se alastre com rapidez, impedindo um trabalho mais efetivo da brigada de incêndio. Quem sofre com as queimadas são moradores próximos aos focos. "Não conseguimos viver tranqüilamente, pois temos medo que o fogo atinja nossas casas. Eu até gostaria de ajudar a combater o fogo, mas não tenho mais forças para isso", comentou o agricultor Antônio Pereira da Silva, 80 anos, morador da localidade de Sítio Santa Rita, em Barbalha, onde um dos focos de incêndio foi registrado. (Colaborou Amaury Alencar) E-mais Conforme o Prevfogo, este é o maior incêndio registrado, este ano, na área da Floresta Nacional do Araripe (Flona). Segundo Vicente Moreira, em 2007, outros cinco incêndios ocorreram no local, destruindo mais de 80 hectares da mata nativa da Flona, sendo três na encosta e dois no Platô (no alto da Chapada). O último havia sido registrado entre os dias sete e dez deste mês, o fogo destruiu mais de 20 hectares da mata nativa no entorno da Chapada do Araripe, nas proximidades da Escola Agrotécnica Federal de Crato. Entre os dias 28 e 30 de outubro, outro incêndio atingiu o chamado "paredão" da Floresta (entorno), chegando a queimar 18 hectares de mata nativa. Ainda no mês de outubro, outra queimada devastou quatro hectares da Flona, num local próximo ao Clube Granjeiro, no Crato. No platô, o último registro de fogo, segundo Vicente, foi em agosto. A Flona do Araripe foi criada em 1946 sendo, pois, oficialmente, a primeira floresta nacional. A Flona ocupa uma área de 38.263 ha, situada ao norte do setor oriental da Chapada do Araripe e compreende parte dos municípios do Crato, Barbalha, Santana do Cariri e Jardim, todos no Ceará.


http://www.opovo.com.br/opovo/ceara/744558.html

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