segunda-feira, 21 de abril de 2008

O DIREITO AMBIENTAL

por: Ana Valéria Oliveira de Moraes

Estudante do Curso de Direito Unp

Aracati-Ce, 21 de abril 2008.





A noção de Direito no geral traduz-se por conjunto de regras e bens historicamente construídos e socialmente protegidos, firmando-se como o histórico de conquistas, individual e coletiva de direitos e bens adquiridos a partir de costumes e tradições de sociedades antigas e remotas, e que ao longo dos tempos foram trazidos e traduzidos às civilizações atuais e, resguardados os interesses diversos nas várias modalidades, para a aplicabilidade enquanto leis positivadas que regulam o comportamento humano.

"Enquanto a economia global se expande, os ecossistemas locais se deterioram" já dizia Genebaldo Freire, e várias questões surgem em torno da temática ambiental, mas todas nascem da necessidade de reflexão, de como está se processando o tal desenvolvimento,se com a sustentabilidade ou não, significando crescimento social para todos ou não, respeitando o direito de todos os cidadãos ou não.

A existência de direitos naturais- aquele que o homem naturalmente já os possui- como o direito a vida, estão diretamente protegidos pelas convenções sociais que visam defender também os recursos da natureza,enquanto elementos reguladores essenciais à qualidade de vida- a exemplo podemos citar a constituição brasileira, a lei de uso e ocupação do solo, bem como outras que foram criadas para, ao longo dos tempos e vários locais regulamentar ações do ser predador, que poderiam colocar em risco o dom mais precioso dado aos seres.

A legislação ambiental é um conjunto de regras jurídicas que abriga e adota preceitos visando a proteção e a defesa de um ambiente ecologicamente equilibrado, tipifica a infração correspondendo pra ela uma multa,sansão,punição ou peanlidade.

A percepção do direito ambiental deveria ser vislumbrado em diversos anglos, pois de um lado temos os agentes dos órgãos de defesa de meio ambiente e de outro pessoas de comunidades que conseguem visualizar as agressões gerada pelos infratores que nem sempre tem consciencia do dano que causam.

Portanto para que se busque uma sustentabilidade equitativa baseada no respeito a todas as formas de vida requer responsabilidade individual e coletiva com o local, com o nacional e com o planetário, mas a preparação para as mudanças depende da compreensão coletiva da natureza enquanto sistema, das crises que ameaçam o planeta e seus efeitos sobre o meio ambiente e a diversidade de espécies, incluindo o homem.

Visto que a legislação ambiental resguarda direitos e bens relativos a vida, recursos naturais e fundamentais de todos os seres que habitam o planeta, deveriamos então estuda-la, avalia-la, discuti-la para que a maioria dos cidadãos tivessem conhecimento e pudessem requerer sempre quando necessário o resguardo dos seus direitos, evitando-se ainda a erosão dos valores básicos, a alienação e a não participação da quase totalidade dos individuos na construção do seu próprio futuro.

''A riqueza é para alguns a poluição é para todos" diz Genebaldo Freire diante de várias circunstâncias que nos são apresentadas diariamente.Enquanto poluição é herança de todos, convém observar então nessa perspectiva que quando o meio ambiente é explorado indevidamente o lucro é pra uns e o prejuízo é de todos, e fazer respeitar os direitos além de incentivar o requerer daqueles que já detem o conhecimento, a consciencia e buscam, vez que a evolução social gerou a necessidade de que se proteja além dos interesses privados, os interesses COLETIVOS.


"Ninguém Ignora tudo, ninguém sabe tudo, todos nós sabemso alguma coisa, por isso aprendemos sempre"

Paulo Freire
Rio Jaguaribe
Sávio Leão
Composição: Sávio Leão

Não sei se foi amor ou muito mais

nem como me apaixonei por ti

talvez seu céu azul e os matagai

sou os cantos dos formosos juritis

quem sabe foram banhos matinais

e as noites em serestas ao luar

primeiro amor, primeira dor, primeiro amar

rio, razão de fazer sonhar

até me fiz poeta prá tentar

falar do que representou prá mim

manhãs, tardes, noites, madrugais

abrigo amigo inicio. Meio e fim

teu leito traz, a agua que sacia a sede

o peixe que enche a rede

fazendo a alegria dos rurais

e as roupas estendidas nos varais

o sorriso das crianças e velhinhos

mas longe vai e hoje estou distante de você

só penso em voltar para rever

o doce rio que me viu nascer

a beira de um caminho sobre o arcaz

olhando o vai e vem da estação

eu canto galos, noites e quintais

nas cordas do amásio violão

não bastam companhias dos pardais

e toda diversão que tenho aquí

ao ver-me amigo meu, eu sei, dirás

quiça, aos poucos vou morrer por ti

talvez nem haja tempo prá falar

por isso vou dizer nesta canção

em quanto houver amor vou te amar

e quando tiver dor, farei canção.

domingo, 20 de abril de 2008



Nestlê adverte: vai faltar comida no mundo
Egídio Serpa • Publicado às: 6:38 • 24/03/2008




Informa a agência EFE, da Espanha: o crescente uso de matérias-primas para a produção de biocombustíveis põe em perigo o abastecimento de alimentos para a população mundial, advertiu neste domingo o presidente do maior grupo agroalimentar mundial, a Nestlé, Peter Brabeck. “Ao se cobrir 20% da necessidade crescente de produtos petroleiros com biocombustíveis, como está previsto, não haverá nada para comer”, declarou Brabeck, em uma entrevista publicada pela revista suíça NZZ am Sonntag. “Dar enormes subsídios para produzi-los é inaceitável moralmente e irresponsável”, afirmou, ao estimar que milhões de toneladas de milho dedicadas aos biocombustíveis são toneladas de milho a menos para o setor alimentar. O fenômeno dos biocombustíveis fez com que o preço do milho aumentasse, as terras cultiváveis são escassas e a água também está ameaçada, declarou Brabeck, antes de assinalar que para se produzir um litro de bioetanol (álcool de origem biológica) são necessários 4.000 litros de água.



Brasil - ‘Energia limpa’ e sítios arqueológicos


Membros do CEPACE *
Adital -
Sob a égide da "energia limpa" empresas eólicas causarão impacto ao meio ambiente e destruirão sítios arqueológicos milenares.

Durante realização de prospecção arqueológica de superfície na área destinada à construção de 3 (três) usinas eólicas da empresa Bons Ventos, localizadas no município de Aracati, entre a praia de Canoa Quebrada e a localidade do Cumbe, descobrimos 71 ocorrências arqueológicas, entre 53 sítios arqueológicos e 19 áreas vestigiais. Esta quantidade pode ser superior tendo em vista que este trabalho foi realizado no primeiro semestre quando os ventos são mais brandos na costa cearense. Um diagnóstico realizado na segunda metade do ano poderá duplicar a quantidade de sítios, tendo em vista que sob a ação dos alísios de SE, que remobilizam um volume maior de areia, sempre novos sítios são descobertos, conforme tivemos oportunidade de observar em outros trechos do litoral oeste.

As evidências atestam uma longa ocupação da zona estuarina do Jaguaribe, nosso principal recurso hídrico, iniciada por volta de 5000/6000 AP (Antes do Presente) quando a retomada paulatina da tropicalização na área litorânea transformou áreas inóspitas em ambientes privilegiados de ocupação. As ocupações dos arcaicos marisqueiros deste período inicial foram seguidas por ocupações de grupos ceramistas Tupi e Tapuias e, em momentos mais recentes, por instalações dos séculos XVIII e XIX. A diversidade verificada na cultura material atesta a confluência de etnias distintas que certamente disputavam os melhores sítios de coleta de moluscos e outros recursos marinhos.

Em virtude da expressiva quantidade de sítios detectada no local e da grande diversidade de vestígios, representada por adornos, fusos, pesos utilizados na atividade de pesca, vasilhas cerâmicas, instrumentos lascados, cachimbos, lâminas de machado polido, estes últimos só encontrados de forma descontextualizada em museus cearenses, nosso diagnóstico foi desfavorável à construção de qualquer empreendimento no local solicitando que a área fosse destinada a pesquisas acadêmicas sistemáticas.
Hoje nos preocupa o fato de que todo o litoral cearense, repleto de sítios arqueológicos em seus 573 quilômetros , esteja mapeado em vários pontos da sua extensão por empresas de energia eólica que sob a égide da "energia limpa" provocarão a destruição de sítios arqueológicos milenares.

Preocupa-nos também o fato de que, apesar do grande número de áreas arqueológicas já identificadas no Ceará, as pesquisas ainda sejam bastante incipientes, diferentemente do que ocorre em todos os outros estados do Brasil. Com isso, os vestígios deixados pelos antigos habitantes do território relacionado ao atual ainda não foram objeto de investigações contínuas por meio de elaboração de teses. Tal problemática tem a ver em grande escala com a falta de interesse das universidades públicas do Ceará (UFC, UECE, URCA, UVA) para com as pesquisas arqueológicas, que sendo uma atividade exclusivamente científica deve ser gerenciada pelas universidades e não por empresas particulares.

Desta forma, entendemos que os trabalhos de arqueologia no Ceará não podem restringir-se às intervenções emergenciais da arqueologia de salvamento, impondo-se a necessidade urgente de pesquisas arqueológicas acadêmicas para que tenhamos um maior aproveitamento das informações obtidas por meio de pesquisas que se estendam por um período mais longo. Como não contamos com pesquisas arqueológicas acadêmicas, a arqueologia cearense está entregue tão somente à arqueologia de salvamento. O nosso receio neste momento é que muitas informações sejam perdidas antes que tenhamos oportunidade de sistematizar estes estudos face às exigências dos grandes empreendimentos.

Posicionando-nos também contra o empreendimento das eólicas de Aracati, tendo em vista que o tempo necessário ao salvamento dos sítios arqueológicos seria inconciliável com os prazos propostos pelo empreendedores que pretendem entregar a obra em dezembro de 2008, inviabilizando qualquer atividade preliminar nos sítios antes da chegada das máquinas. Neste caso, seríamos obrigados tão somente a trabalhar em concomitância com a obra, procedimento este que seria desastroso para a salvaguarda do patrimônio arqueológico local.

Convém lembrar que em arqueologia de salvamento é comum proceder ao acompanhamento da obra para verificar a presença de vestígios em profundidade, porém em empreendimentos eólicos este procedimento é inviável, tendo em vista que as máquinas abrem verdadeiras crateras em áreas de sedimentos não consolidados (dunas). Isto não permite a visualização das estruturas e vestígios por parte do arqueólogo e por outro lado põe em risco a segurança do mesmo. Este aspecto é fundamental para lembrarmos a necessidade de estudos anteriores à construção de um empreendimento desta natureza.

O IPHAN do Ceará e de Brasília, representados pelos técnicos Olga Paiva e Rogério Dias, inclusive não aptos a dar um parecer arqueológico, tendo em vista não possuírem formação na área, desconsideraram nosso diagnóstico com receio de serem chamados para prestar contas com a Casa Civil da ministra atualmente posta na berlinda e oportunizaram a entrada de uma equipe na área para proceder apressadamente ao resgate arqueológico dos sítios, sem antes abrir uma discussão mais ampla sobre os nossos resultados. Discussão esta que deveria envolver a nossa equipe, um arqueólogo do IPHAN e outras instituições acadêmicas com tradição em arqueologia, como a USP e a UFPE, por exemplo, além das universidades locais e o Ministério Público, pois afinal de contas, as descobertas nos colocaram diante de uma situação excepcional, tendo em vista o significativo potencial da área e o grande impacto de construção deste empreendimento, erroneamente compreendido como mínimo.

Ampliando a nossa visão, entendemos também ser imperativa e emergencial uma ampla discussão acerca do impacto ambiental gerado pela construção das eólicas em áreas de preservação permanente (dunas e restingas - Resolução Conama 303/2002) vedadas ao uso econômico e caracterizadas pela intocabilidade (Resolução Conama 369/2006).
A construção provocará impacto aos campos de dunas móveis da região, um dos mais expressivos do Estado, fundamentais na dinâmica da zona costeira e no controle dos processos erosivos (Resolução Conama 341/2003).

No mais, a execução do empreendimento interferirá drasticamente na excepcional beleza cênica e paisagística das dunas do Cumbe, Barra do Aracati e Canoa Quebrada com a alocação de 67 aerogeradores (cataventos).

No tocante aos aspectos arqueológicos, vale lembrar ainda que o IPHAN recebeu um Plano de Resgate dos Sítios Arqueológicos elaborado pelo arqueólogo Walter Morales sem que ele e a sua equipe tivesse estado na área para visualizar as ocorrências, compreender a natureza dos processos de deposição e pós-deposição ali evidenciados, da distribuição espacial das ocorrências, para propor um cronograma e uma metodologia adequada. Da mesma forma, sem ter ainda postos os pés no local, a equipe teve um orçamento aprovado pela empresa responsável pelo empreendimento.

O que nos impressiona é que quando se é contratado por empresas públicas ou privadas para execução de trabalhos, uma das exigências primordiais, inclusive listada em editais, é que o contratado entregue declaração de que conhece a área, de que já esteve no local, correndo-se o risco de ser penalizado caso o conteúdo da informação não seja verdadeiro.Gostaríamos também de aproveitar esta oportunidade para sugerir que as universidades públicas cearenses (UECE, UFC, URCA,UVA) saiam da letargia em que se encontram na atualidade e assumam juntamente com a sociedade e os órgãos legais e culturais, a defesa do patrimônio arqueológico local que com os seus vestígios funcionam como um elo entre as sociedades passadas e atuais. Estas últimas devem ter acesso às informações acerca deste valioso bem cultural.

Verônica Viana (arqueóloga)Manuelina Duarte (arqueóloga)Valdeci Santos (arqueólogo)Karlla Soares (Historiadora)Luci Danielli A. de Sousa (Historiadora)Daniel Luna Machado (Historiador e Mestrando em Arqueologia)Igor Pedroza (graduando em história UECE)Cibele Nascimento (graduanda em história UECE)Integrantes do CEPACE - Centro de Pesquisas Arqueológicas do CearáCONTATOS: Verônica Viana - (85) 99125715
* Centro de Pesquisas Arqueológicas do Ceará



Livre mercado



O jornalista Egídio Serpa publica em sua coluna do jornal DIARIO DO NORDESTE, a seguinte informação: "Desembarcarão amanhã no porto do Mucuripe os primeiros sete de cerca de 80 geradores de energia eólica encomandados pela empresa portuguesa HLC.Fabricados pela indiana SUZLON com tecnologia dinamarquesa,cada um desses geradores produzirá 2,1 MW...Os sete geradores serão instalados nas praias de Aracati:dois em Lagoa do Mato e cinco em Canoa Quebrada.Em dezembro, esses geradores entrarão em operção.Os portugueses da HLC foram autorizados pela ANAEEL a produzir 250 MW de energia eólica no litoral cearense.O governador Cid Gomes confirmou que estará,pessoalmente,presente o desembarque".


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